O crack é uma mistura de água, cocaína ainda não totalmente refinada e bicarbonato de sódio. Depois de seco, ele é cortado em pedras. Ele é cinco vezes mais potente do que a cocaína e seu efeito dura em torno de 10 minutos.

 

A droga foi batizada com esse nome devido aos estalos que emite quando é queimada.

 

A inalação é a principal forma de consumo. As pedras são normalmente queimadas numa espécie de cachimbo artesanal. Detalhe: os pulmões absorvem 100% da droga.

 

Ao inalar a droga, os usuários sentem euforia seguida de um estado depressivo extremo. Para amenizar a depressão, eles acabam sempre recorrendo a novas doses.

 

Quando chega ao cérebro, o crack aumenta a concentração de dopamina e noradrenalina, dois neurotransmissores. A sensação de euforia é provocada pelo “banho” de dopamina no cérebro. A noradrenalina aumenta a frequência dos batimentos cardíacos.

 

Os efeitos são sentidos em no máximo 15 segundos após o início da inalação. A sensação de força, poder e euforia surge quase imediatamente.

 

Quando sentem compulsão pela droga, os usuários chegam a ficar agressivos e paranoicos. É por isso que costumam ser chamados de “nóias”.

 

Entre os efeitos nocivos da droga no organismo estão: insônia, perda da sensação de cansaço, hiperatividade, perda de apetite, perda de peso e subnutrição. Os viciados apresentam ainda problemas no sistema respiratório e tem língua e garganta queimados. A pressão arterial sobe, aumentando o risco de derrame cerebral.

 

Os usuários normalmente começam com outra droga, como maconha e cocaína. Muitos tem por hábito misturar o uso, principalmente com maconha.

 

Existe uma variação do crack com poder alucinógeno ainda maior. Conhecida como merla, ela é feita com combustível – querosene ou gasolina – misturado com cocaína.

 

Em torno de 35% dos usuários de drogas ilícitas no Brasil, com exceção da maconha, são usuários de crack.

 

Não existem dados confiáveis, mas estima-se que só no estado de São Paulo existam mais de 300 mil usuários de crack. Ele está presente tanto nos grandes centros urbanos, quanto nas pequenas cidades.

 

Uma pesquisa feita nas 27 capitais brasileiras revelou que 40% das pessoas que fazem uso regular da droga estão no Nordeste.

 

Acredite se quiser, mas 14% dos usuários brasileiros são menores de idade. Um detalhe: esse número é relativo apenas às capitais.

 

A imensa maioria dos usuários – em torno de 40% – vive nas ruas. São quase todos homens. Para sobreviver, 65% fazem bicos.

 

Dos 645 municípios do estado de São Paulo, 546 confirmaram possuir consumidores de crack. E, acredite se quiser, 70% dessas cidades declararam ter problemas sérios com a droga.

 

Um usuário típico consome 16 pedras por dia. O tempo médio de uso é 8 anos.

 

Ao contrário do que diz o senso comum, o consumo da droga não é a principal causa de morte entre os viciados em crack. A grande maioria (65% dos usuários, para ser mais exato) morre assassinada. As complicações decorrentes da infecção por HIV representam a segunda causa de morte.

 

Uma pesquisa realizada em 2013 no estado de São Paulo, revelou que o maior medo dos pais é perder os filhos para as drogas. Muito atrás, vêm medos como o de ser assaltado e do custo de vida.

 

Pesquisas feitas em diversos países revelaram que pessoas que se tornam usuárias de drogas como o crack são, no fundo, seres humanos fragilizados. Muitos nasceram em famílias desestruturadas e outros tantos, sofreram abusos na infância – abuso sexual ou algum tipo de trauma emocional.

 

Fontes: O Estado de S. Paulo, Viva Saúde, InfoEscola, Terra, R7, G1.

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