A primeira edição do Rock in Rio abriu o ano de 1985 com chave de ouro (que, para os roqueiros, não podia ter começado melhor). Naquele que seria o maior festival de rock da história de país, o Rock in Rio contou com a participação de grupos e cantores consagrados no exterior: Rod Stewart, Queen, AC/DC, Iron Maiden, Ozzy Osbourne, Whitesnake, Scorpions, Yes, Rita Lee, Lulu Santos… Nunca se viu tantos artistas num único festival. A noite mais comentadas foi a dos “metaleiros”, quando mais de 200 mil fãs de heavy metal lotaram a Cidade do Rock para acompanhar atrações como AC/DC e Scorpions. O show mais simbólico foi o do Queen, ocasião em que todo o público acompanhou Freddy Mercury na música Love of my Life.

 

A Rede Globo apresentou na mesma época um festival chamado Festival dos Festivais, cuja música vencedora foi Escrito na Estrelas, interpretada pela cantora sul-matogrossense Tetê Spíndola. O primeiro concurso do tipo exibido pela Globo na época foi o MPB 80, seguido do MPB-Shell e Festival dos Festivais.

 

Ainda falando de música, temos que lembrar que foi em 1985 que o grupo RPM lançou o álbum Revoluções por Minuto, cujo sucesso é ainda impressionante. Fundado pelos músicos Paulo Ricardo e Luiz Schiavon, o RPM foi um dos grupos de rock brasileiro de maior popularidade no segunda metade dos anos 80. O disco Rádio Pirata ao Vivo, que foi lançado no ano seguinte, vendeu mais de 3 milhões de cópias. Aliás…

 

Podemos considerar a década de 80 como a era de ouro do rock brasileiro. Grupos como Titãs, Paralamas do Sucesso, Magazine e Legião Urbana dominavam as paradas de sucesso. Entre os maiores hits de 1985 estavam as músicas Nós Vamos Invadir Sua Praia, Eu me Amo e Inútil, do grupo Ultraje a Rigor.

 

Na música internacional, vale a pena chamar a atenção para a cada vez mais ascendente Madonna. Lançado nesse ano, o clipe Material Girl tornou a cantora nascida nos Estados Unidos uma das grandes divas do cenário pop da época. O interessante é que Madonna sempre soube se reinventar, continuando a fazer grande sucesso até os anos 2010.

 

Outro grande fenômeno foi o super grupo USA for Africa, que gravou o hit We are the World. Idealizado por Michael Jackson e Lionel Richie, o USA for Africa reuniu os 45 músicos norte-americano de maior popularidade do período, entre eles Bruce Springsteen, Cindy Lauper, Steve Wonder, Tina Turner, Billy Joel, Bob Dylan, Ray Charles, Diana Ross e Kenny Rogers.

 

Uma das manias de 1985 foi o grupo adolescente Menudo. Cantando em inglês, espanhol e português, os garotos porto-riquenhos lotaram estádios de norte a sul do país. Seu maior hit foi a música Não se Reprima, regravada por outro grupo em 1997. Foi o Menudo quem revelou o cantor Ricky Martin.

 

Os brasileiros assistiram minisséries como Tendas dos Milagres e Grande Sertão: Veredas, ambos baseados em clássicos da literatura nacional. Mas o maior sucesso televisivo foi Roque Santeiro, uma regravação da novela de mesmo nome censurada nos anos 1970 pela ditadura militar. Com José Wilker, Regina Duarte e Lima Duarte nos papéis principais, Roque Santeiro teve quase 100% de audiência.

 

A novela Roque Santeiro repercutiu na moda e na música. A trilha sonora nacional foi uma das mais vendidas da história da gravadora Som Livre (com destaque para a música Dona, do grupo Roupa Nova). Os turbantes da personagem de Regina Duarte – a inesquecível viúva Porcina – viraram modas entre as mulheres de quase todas as classes sociais.

 

Com a música tema cantada pelo grupo Metrô, a primeira versão da novela Ti Ti Ti conquistou uma audiência considerável para o horário das sete. Ela ajudou a projetar a marca fictícia de batons Boka Loka, do personagem Victor Valentim. O Boka Loka foi um dos batons mais vendidos na época (no ano anterior, foi o perfume Vereda Tropical, da novela de mesmo nome, que virou mania nas ruas).

 

No cinema, vale lembrar de O Exterminador do Futuro, A Hora do Espanto, De Volta para o Futuro, O Enigma da Pirâmide, Comando para Matar e Amadeus. Filmado em inglês pelo diretor brasileiro Hector Babenco, o filme O Beijo da Mulher-Aranha revelou William Hurt como um grande astro do cinema e ajudou a projetar a carreira internacional da diva Sônia Braga.

 

Nos escritórios, usavam-se calculadora Dismac e computadores Cobra, Scopus ou Prológica (era a época da “reserva de mercado” na área de tecnologia). Nas ruas, o carro à álcool se tornava cada vez mais popular. Um dos modelos mais vendidos foi o Escort XR-3, uma versão esportiva do automóvel da Ford.

 

Durante as viagens, as pessoas tiravam fotos com máquinas fotográficas de filmes de 12, 24 ou 36 poses (eram de marcas como Curt e Kodak). Ao revelá-los na rede de lojas Fotoptica, podiam ganhar uma cópia grátis de cada foto.

 

Os adolescentes se divertiam com videogames da Odissey e Atari (aliás, foi justamente em 1985 que surgiram os games da Nintendo). Acompanhavam os clipes da moda no programa Som Pop, da TV Cultura. Frequentavam os shows do RPM. Usavam tênis All Star. Os filmes em VHS podiam ser alugados no que seria uma das grandes manias dos anos 80 e 90: as videolocadoras (só não se podia devolver as fitas sem rebobinar, correndo o risco de pagar multa).

 

Entre as crianças, vale chamar a atenção para os carrinhos da linha Transformers e os bonecos dos personagens Jiraya e Jiban, dois sucessos japoneses na TV. Os pré-adolescentes gostavam especialmente dos brinquedos para montar da Revell.

 

Fontes: Wikipédia, Veja, Manchete, Modas e Manias.

 

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