A formação da primeira equipe da Rede Globo ocorreu em 1963. Cerca de dois anos depois, em 26 de abril de 1965 era finalmente inaugurada a Rede Globo de Televisão. O primeiro programa a ir ao ar foi um infantil chamado Uni Duni Tê.

 

Paixão de outono, a primeira novela da recém-nascida emissora, foi ao ar em 14 de setembro de 1965. De autoria de Glória Magadan, ela teve apenas 50 capítulos. Uma observação: na época, Magadan era diretora do núcleo de dramaturgia da Globo.

 

O gênero telenovela surgiu no Brasil em 1951. A primeira telenovela foi Sua Vida Me Pertence, exibida pela extinta TV Tupi. No entanto, a primeira a ser exibida diariamente no Brasil foi 2-5499 Ocupado, na antiga TV Excelsior, em 1963. Foi em 2-5499 Ocupado que os atores Glória Menezes e Tarcísio Meira começaram a formar aquele que foi um dos pares românticos mais conhecidos da dramaturgia.

 

A primeira telenovela com um hora de duração foi Os Miseráveis, produção da Bandeirantes de 1967. Antes disso, as novelas tinham, no máximo, meia hora.

 

A primeira novela de grande repercussão (diga-se, uma verdadeira mania nacional) foi O Direito de Nascer, baseada em uma radionovela de origem cubana. O Direito de Nascer foi exibida pela Tupi entre 1964 e 1965.

 

Um dos seriados de maior sucesso da grade da Tupi foi o brasileiro O Vigilante Rodoviário. Levado ao ar em 1962 e protagonizado pelo ator Carlos Miranda, a série conquistou o público adolescente e infantil. O sucesso foi tamanho que virou até história em quadrinhos. Anos mais tarde, O Vigilante Rodoviário seria retransmitido pela Rede Globo.

 

Criada pelo norte-americano Gene Roddenberry, a série Star Trek (“Jornada nas Estrelas” no Brasil e “O Caminho das Estrelas” em Portugal) estreou nos Estados Unidos em 8 de setembro de 1966.

 

Em 1964, Gene Roddenberry tentou vender a ideia da série para os estúdios MGM, que a rejeitou por achá-la ousada demais.

 

Star Trek – The Original Series teve somente três temporadas, mas fez tanto sucesso e angariou tamanha quantidade de fãs no decorrer dos anos que motivou a criação de mais cinco franquias. São elas: Star Trek – The Animated Series; Star Trek – The Next Generation; Star Trek – Deep Space Nine; Star Trek – Voyager e Star Trek – Enterprise.

 

Você sabia que Michele Nichols e William Shatner protagonizaram em 1968 o primeiro beijo inter-racial num programa de televisão norte-americano?

 

Quem inicialmente foi convidado para o papel de Spock foi o ator Martin Landau, mas este recusou e foi substituído por Leonard Nimoy. Anos depois, Nimoy substituiu Landau na série Missão Impossível.

 

A saudação do povo vulcano foi criada pelo próprio Leonard Nimoy, inspirado numa saudação judaica.

 

O único ator a aparecer em todos os episódios da série original foi Leonard Nimoy.

 

Outras séries de TV de grande sucesso no Brasil dos anos 60 foram: James West, A Feiticeira, Bonanza, Jeannie é um Gênio, Doutor Kildare, A Família Adams, Perdidos no Espaço, Rin Tin Tin, Batman, National Kid, Os Monstros e Agente 86.

 

O primeiro registro fonográfico de Raul Seixas foi um disco de 78 RPM gravado em 1964. Continha as faixas Nanny e Coração Partido – versão brasileira de uma canção de Elvis Presley. O compacto nunca chegou a ser lançado.

 

Entre dezembro de 1960 e agosto de 1963, os Beatles fizeram 294 apresentações no Cavern Club.

 

A primeira aparição dos Beatles na TV norte-americana foi no programa de Jack Paar, em março de 1964, onde o grupo exibiu uma versão de “She Loves You”.

Durante os cinco primeiros minutos da primeira apresentação dos Beatles no programa de TV norte-americano “Ed Sullivan Show”, em 1964, não foi registrado nenhum assalto ou homicídio cometido por jovens nos Estados Unidos.

 

O disco With The Beatles (Entre os Beatles), de 1963, foi lançado nos Estados Unidos como Meet The Beatles (Conheça os Beatles).

 

A Hard Day’s Night, disco dos Beatles de 1964, foi lançado no Brasil como o título em português Os Reis do Iê, iê, iê.

 

O Álbum Revolver, de 1966, foi lançado nos Estados Unidos com três músicas a menos. São elas: I’m Only Sleeping, And Your Bird Can Sing e Yesterday and Today. A explicação está no fato de que as gravadoras responsáveis pelos lançamentos faziam suas próprias seleções, dependendo do país em que o disco era lançado.

 

O LP Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band foi o primeiro disco no mundo com capa dupla, encarte com fotos e letras das músicas.

 

Sgt. Pepper’s foi a mais longa gravação do grupo de Paul, John, Ringo e George. Para concluí-lo eles levaram 700 horas ou 29 dias da vida dos quatro rapazes de Liverpool.

 

Era para Let it Be (1969), o último álbum da banda, ser lançado com o nome de Get Back. A faixa I Me Mine, de Let it Be, foi a última gravação do Beatles. Detalhe: ela foi gravada sem a participação de John Lennon.

 

O psicopata Charles Manson, responsável pelo brutal assassinato da atriz Sharon Tate e outras quatro pessoas em 1969, era fanático pelos Beatles. Além de dizer quer era um enviado de Deus, Manson se considerava o quinto Beatle.

 

O sucesso do grupo de Paul e John inspirou dois produtores de TV a criar uma série de TV com um grupo parecido chamado The Monkees. O sucesso do grupo foi imediato. Em 1967, o The Monkees era o grupo mais popular dos Estados Unidos.

 

A Jovem Guarda foi um movimento comportamental e musical dos anos 60 surgido a partir do programa Jovem Guarda, exibido nas tardes de domingo pela TV Record de São Paulo.

 

Aliás, a expressão Jovem Guarda começou a ser usada em 1965 com a estreia do programa na TV Record. A origem do termo ainda é nebuloso, mas acredita-se que tenha sido tirado de um discurso de Lênin, onde ele afirmou “O futuro pertence à jovem guarda porque a velha está ultrapassada”.

 

As maiores influências dos músicos da Jovem Guarda foram o rock norte-americano dos anos 50 e 60, o rock brasileiro do início dos anos 60 (Celly e Tony Campello, principalmente) e a febre musical dos Beatles.

 

O termo “iê-iê-iê” foi usado como denominação do rock brasileiro dos anos 1960 (entenda-se Jovem Guarda). Dizia-se que Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Wanderléa e toda a turma da Jovem Guarda fazia “iê-iê-iê”. Esse termo surgiu de músicas como She Loves You, em que os Beatles repetiam “yeah-yeah-yeah”.

 

O programa Jovem Guarda era comandado por ninguém menos que Roberto Carlos e seus amigos Erasmo Carlos e Wanderléa. A ideia de convocar Erasmo e Wanderléa para dividir a apresentação do programa partiu de Roberto Carlos.

 

A lista de músicos que se apresentavam no programa era extensa: Golden Boys, The Fevers, Renato e seus Blue Caps, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso, Martinha, Vanusa, Ronnie Von, Eduardo Araújo, Os Incríveis, Rosemary, Sérgio Reis, Silvinha, Ronnie Cord, Waldirene, Leno e Lilian, Os Vips, Nilton César e Trio Esperança, entre outros.

 

Roberto Carlos foi o primeiro não-italiano a vencer o Festival de São Remo, em 1968.

 

O título de “Rei” foi dado a Roberto Carlos pelo apresentador de TV Chacrinha. A coroação ocorreu em 1966, durante um programa de Chacrinha.

 

Woodstock, o mais lendário festival de rock da história aconteceu nos anos 60. Entre as atrações do festiva estavam Jimi Hendrix, Grateful Dead, Joan Baez, Santana, Joe Cocker, Creedence Clearwater Revival, The Who, Janis Joplin e Jefferson Airplane, só para citar alguns.

 

Você sabia que grupos como Jethro Tull, Led Zeppelin, The Doors e ninguém menos que o The Beatles receberam convite mas se recusaram a participar de Woodstock?

 

Os Rolling Stones alcançam o status de superastros da música com a canção Satisfaction, 1º lugar nas paradas do Estados Unidos em 1965.

 

Os anos 1960 representaram uma época dourada para o rock britânico. Foi quando dezenas de bandas surgidas no Reino Unido invadiram as rádios, os palcos e os programas de TV dos Estados Unidos. A invasão britânica foi encabeçada pelos grupos The Beatles, Rolling Stones, The Animals, The Who, Jethro Tull, The Kinks, Yardbirds, The Pretty Things e Led Zeppelin.

 

A Era de Ouro do Rock, é assim que os anos 1960 são definidos por muitos especialistas em rock. Não sem motivos! A década de 60 foi dos Beatles, da invasão britânica, do surf rock, da música de protesto e do surgimento do heavy metal. Aliás, foi na segunda metade da década que surgiram os precursores do metal: Black Sabath, Led Zeppelin, Deep Purple e Judas Priest.

 

O movimento de contracultura característico da época foi o hippie. Surgido como consequência da Geração Beat e da indignação dos jovens com a Guerra do Vietnã, o movimento hippie nasceu nos Estados Unidos e sobreviveu no Brasil até o início dos anos 80. Os hippies eram conhecidos por suas cabeleiras longas, pelas roupas velhas, pelo lema “Paz e Amor”, pelo misticismo, pela simpatia pela anarquia e pelo uso acentuado de drogas como a maconha e o LSD.

 

Também foi nos anos 60 que ocorreu a revolta do Stonewall Inn. Iniciada em 28 de junho de 1969, a revolta foi uma série de reações da comunidade gay de Nova York contra as batidas policiais no bar Stonnewall Inn, frequentados por gays, transexuais, travestis e lésbicas. Foi a partir de Stonewalll que surgiram todos os movimentos, entidades e paradas gays modernas.

 

Ocorreram diversos festivais da canção no Brasil, o primeiro em 1965 e o último em 1985. Os festivais mais lendários foram os da TV Record, quando o Brasil conheceu músicas como Alegria, Alegria (de Caetano Veloso), A Banda (Chico Buarque), Domingo no Parque (Gilberto Gil), Ponteio (Edu Lobo), Disparada (Geraldo Vandré) e Roda Viva (Chico Buarque).

 

Por falar em música brasileira, os dois maiores programas de TV sobre música nos anos 60 foram O Fino da Bossa, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues; e Brasil 60, com apresentação de Bibi Ferreira.

 

O primeiro automóvel inteiramente fabricado no Brasil foi a Perua DKW, que começou a circular em 15 de novembro de 1957.

 

A Vemag (Veículos e Máquinas Agrícolas S.A.) foi um fabricante brasileiro que produziu sob licença os veículos da alemã DKW. Entre os modelos produzidos pela Vemag estão o cupê Fissore, o Caiçara, o Belcar e o Vemaguete.

 

Por falar em DKW, ela foi uma fabricante alemã de automóveis. Fazia parte do grupo Union, que integrava marcas como Horch, Wanderer e Audi. Comprada pela Volkswagen, a única marca que sobreviveu foi a Audi.

 

O DKW-Vemag Belcar era inicialmente chamado de Grande DKW-Vemag, mas acabou ganhando a denominação de Belcar – uma abreviação da expressão inglesa “beautiful car”.

 

Subsidiária da marca francesa Simca, a Simca do Brasil produziu modelos como o Simca Chambord, Simca Jangada, Présidence, Alvorada e Esplanada.

 

O primeiro Simca produzido no país foi o Chambord, em 1959. O Chambord serviu de base para todos os modelos Simca brasileiros, inclusive o Esplanada – seu sucessor definitivo.

 

Comprada pela norte-americana Chrysler, a Simca durou até a segunda metade dos anos 1960. Os últimos Alvoradas e Esplanadas saíram de fábrica como marcas da Chrysler do Brasil.

 

A Karmann-Ghia surgiu a partir da união da marca italiana Ghia com a alemão Karmann. Detalhe importante; os automóveis da Karman-Ghia foram produzidos pela alemã Volkswagen.

 

A fábrica da Karmann-Ghia brasileira foi inaugurada em 1 960 na cidade de São Bernardo do Campo. Os primeiros automóveis saíram da linha de produção em 1962, sendo fabricados até a primeira metade dos anos 1970.

 

A pecinha responsável por esguichar água no para-brisa do Fusca era continuamente roubada nos anos 60 para… acredite se quiser, servir de anel! A moda do anel Brucutu (era assim que ele era chamado) foi inspirada por Roberto Carlos e pela turma da Jovem Guarda.

 

Os filmes mais vistos nos anos 60: West Side Story, A Primeira Noite de um Homem, Barbarella, 2001 – Uma Odisséia no Espaço, Sem Destino (Easy Rider), My Fair Lady, Doutor Jivago, Os Pássaros, Lawrence da Arábia, Quem Tem Medo de Virginia Woolf? e Mary Poppins.

 

Uma das personalidades mais comentadas dos anos 60 foi a baiana Marta Vasconcellos, vencedora do concurso de Miss Universo de 1968.

 

Na moda, surgiram os vestidos do tipo “tubinho” e a mini-saia (que, na verdade, nunca saiu de moda).

 

Chamado de Iguatemi, o primeiro shopping center do Brasil foi inaugurado em São Paulo em 1966.

 

Abaixo, uma curiosa relação dos produtos que já existiam ou foram lançados durante os anos 60 (com nome do produto e ano de lançamento).

Aji-no-moto, tempero (glutamato monossódico) – 1949

Antarctica, guaraná – 1921

Aspirina, comprimidos – 1912

Avon, cosméticos – 1959

Band-aid, curativo – 1947

Bic, canetas – 1956

Biotônico Fontoura, xarope “fortificante” – 1910

Bis, chocolate – 1942

Catupiry, queijo – 1911

Chevrolet, automóveis -1924

Chicabon, sorvete – 1942

Cinzano, vermoute – 1878

Coca-Cola, refrigerante – 1942

Colgate, creme dental – 1927

Copag, baralhos – 1908

Coppertone, protetor solar – 1960

Corn Flakes, cereal – 1965

Diamante Negro, chocolate – 1939

Eno, antiácido – 1928

Eskibon, sorvete – 1942

Esso, postos de combustíveis – 1912

Fanta, refrigerante – 1964

Farinha Láctea Nestlté – 1876

Ferla, aveia – 1948

Ford, automóveis – 1919

Fujifilm, filmes fotográficos – 1958

Gessy, sabonete – 1913

Glasurit, tintas – 1967

Goodyear, pneus – 1919

Granado, polvilho antisséptico – 1903

Hellmans, maionese – 1942

Hollywood, cigarros – 1931

Jimmi, molho inglês – 1945

Juquinha, balas – 1945

Karo, xarope de glucose de milho – 1933

Knorr, caldos de carne e galinha – 1961

Kolynos, creme dental – 1917

L’oréal, cosméticos – 1939

Lux, sabonete – 1932

Maggi, caldos de carne e galinha – 1961

Maizena, amido de milho – 1874

Martini, vermoute – 1950

Matte Leão, chá – 1938

Mazola, óleo de soja – 1954

Melitta, filtro de papel – 1968

Minâncora, pomada – 1913

Moça, leite condensado – 1890

Nadir Figueiredo, copos – 1912

Nescafé, café solúvel – 1953

Nescau, achocolatado – 1932

Neston, farinha de cereais – 1958

Ninho, leite em pó – 1928

Omo, sabão em pó – 1957

Ovomaltine, achocolatado – 1930

Phebo, sabonete – 1936

Phillips, leite de magnésia – 1930

Prestígio, chocolate – 1962

Quaker, aveia – 1953

Rexona, desodorante – 1967

Royal, fermento em pó – 1945

Salada, óleo de soja – 1929

Seda, produtos para o cabelo – 1968

Seleções, revista – 1942

Seven Boys, pães e bolos – 1950

Shell, postos – 1914

Singer, máquinas de costura – 1858

Toddy, achocolatado – 1933

União, açucar – 1910

Yakult, leite fermentado – 1966

Ypióca, aguardente – 1846

 

Gírias dos anos 60 (o seu “significado” está entre parênteses):

Bacana (bom, bonito)

Boa pinta (de boa aparência)

Boazuda (mulher bonita)

Bolinha (estimulante)

Cafona (brega e de mal gosto)

Calhambeque (carro velho)

Cara (indivíduo)

Carango (carro)

Certinha (mulher bonita)

Chapa (amigo)

Duca (ótimo)

Duvi-de-o-dó – Duvidar de algo.

É de lascar – Situação complicada.

É fogo! (é difícil)

É uma brasa, mora! (é espevitada, danada)

Esticada (passar por vários restaurantes e bares noturnos)

Fossa (depressão, crise existencial)

Gamar (namorar)

Gata (mulher bonita)

Grana (dinheiro)

Legal! (ótimo!)

Mancar (desrespeitar compromisso)

Minissaia (saia curta)

Paca (muito)

Pão (homem bonito)

Papo firme (conversa séria)

Papo furado (conversa boba)

Patota (turma de amigos)

Pé de chinelo (pessoa sem expressão)

Pelego (líder sindical “puxa-saco”)

Pode vir quente que estou fervendo (excitada)

Pra frente (moderno)

Quadrado (conservador)

Sebo nas canelas (apresse-se, vamos rápido)

Sifu (deu-se mal)

Tremendão (rapaz bonito)

Ziriguidum (samba no pé, molejo de mulata)

 

 

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